segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A Ti

Já passaram 12 anos desde que nos deixaste. 12 anos daquele vazio de carinho, cujo lugar ocupavas. Pouco me lembro de ti. Mas lembro-me de me dizeres muitas vezes o quanto gostavas de ter tido uma filha, e não tiveste. Lembro-me de me dizeres com um sorriso no rosto que não tiveste a tua filha, mas tiveste-me a mim. Lembro-me de dormir no teu colo. Como gostava que me pegasses ao colo... Lembro-me do teu carinho e das tuas palavras sábias. E das memórias mais tristes que tenho da minha infância, e que, por muito que tente, não consigo dissociar de ti, é o dia em que soube que nos tinhas deixado. Não me lembro da data específica, mas lembro-me do que aconteceu, e lembro-me da tristeza profunda que durante meses senti. Que sentimos... E que, por muitos mais anos que passem, nunca vamos deixar de sentir. Dou muitas vezes por mim a perguntar-me o que farias tu na minha situação. A falar comigo mesma, como se estivesse a falar contigo. Como se ainda vivesses. E a verdade é que ainda vives. Através de todos aqueles que deixaste para trás. Mas, por muito que me entristeça dizer isto, ainda bem que já não estás cá. Porque tenho a certeza de que, se estivesses, não irias gostar daquilo em que a tua neta se tornou.

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