sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Intelecto

És um homem como outro qualquer. Passas despercebido na rua, como qualquer outro de nós. Vi-te no outro dia. Tu a subir a rua, eu a desce-la. Passaste por um rapaz com um miudo pequeno, que mal te olhou, o afastou de ti. Quem te ve,  não consegue ver-te para além da tua cara marcada por anos e anos do consumo de drogas. Anos e anos de más decisões que destriram o teu futuro, e tudo aquilo que poderias ter sido. Pois, quem te olha na rua, ficaria admirado se conhecesse a enormidade do teu intelecto.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

"És um Mundo. Amo-te"

Lembro-me da primeira vez que me disseste que me amavas. Também me lembro do que te disse, e do tempo que demorei a dizer-to de volta. Tu foste a primeira pessoa que mo disse e que senti que era mesmo verdadeiro, ou a nossa juventude assim o dizia. E tu foste a primeira pessoa por quem senti a alma arder. Durante algum tempo fomos amigos, e depois amantes. Mas, mesmo depois de tudo o que se passou, duvido que alguma vez irá esquecer o teu "És um Mundo. Amo-te"... Quando as coisas acabaram, não da melhor maneira, entrei em luto. Amei-te anos a fio por não saber o que fazer comigo mesma. Por não saber o que te levava a dizeres e a fazeres tudo o que fazias e dizias. Fiz um luto de anos precisamente por causa disso: daquela conversa que eu precisava que tivéssemos, e nunca tivemos. Nos primeiros tempos, quando te via, quando diziam o teu nome, o meu coração apertava, e as memórias inundavam-me os olhos. De tal maneira, que acabei por deixar de parte o que mais gostava de fazer, por estar demasiado pegado a ti. Mas, à medida que o tempo foi passando, fui esquecendo. Até ao momento em que conheci alguém que, de tão fantástico é inacreditavelmente irreal. E não caibo em mim do quão sortuda sou... Voltei a pensar em ti, mas de maneira diferente. Como que a comparar sentimentos que, na sua essência, são absolutamente incomparáveis. Rejeitei muita gente no meu luto, na minha dor. Mas algo me arrastou para ela. E em parte, foi o facto de saber que ela era como eu. Uma alma em sofrimento, ansiosa por amor, apenas amor, sem o senão do extremo sofrimento com quem ele anda de mão dada. E apercebi-me que voltei a pensar em ti, não pelo sentimento que tive por ti, e que agora já não me diz nada, mas sim para que pudesses ver que hoje tenho aquilo que sempre me disseste que nunca iria ter. Voltei a pensar, não especificamente em ti, mas na amizade que tínhamos. Voltei a pensar em ti, em forma de agradecimento, por me teres feito sofrer ao ponto de ter aprendido a confiar mais no meu instinto do que no meu cérebro, ou até mesmo no meu coração. Não é graças a ti, mas sim graças ao que cresci, que hoje tenho quem tenho, e que sou feliz além de toda a descrição possível e imaginável. Hoje, com toda a certeza do Mundo posso afirmar que te amei, mas apenas como uma alma jovem pode amar, e que é graças a essa distinção que aprendi a fazer que hoje sou capaz de amar, não como uma alma jovem, mas como uma mulher. É graças a isso que tenho quem tenho e que, não só me torna numa pessoa melhor, como me tornou e torna numa pessoa mais leve, mais alegre, e mais cheia de vida.

Espero que um dia possamos voltar a ser amigos, e que me possas ver com a minha princesa, a minha fonte de felicidade. Mas até lá, não passarás de mais de uma gaveta da minha memória que levei anos a organizar, mas que está fechada a mil chaves, não por trazer algum tipo de sentimento com ela, mas sim por já não valer a pena revolver em assuntos encerrados.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A Ti

Já passaram 12 anos desde que nos deixaste. 12 anos daquele vazio de carinho, cujo lugar ocupavas. Pouco me lembro de ti. Mas lembro-me de me dizeres muitas vezes o quanto gostavas de ter tido uma filha, e não tiveste. Lembro-me de me dizeres com um sorriso no rosto que não tiveste a tua filha, mas tiveste-me a mim. Lembro-me de dormir no teu colo. Como gostava que me pegasses ao colo... Lembro-me do teu carinho e das tuas palavras sábias. E das memórias mais tristes que tenho da minha infância, e que, por muito que tente, não consigo dissociar de ti, é o dia em que soube que nos tinhas deixado. Não me lembro da data específica, mas lembro-me do que aconteceu, e lembro-me da tristeza profunda que durante meses senti. Que sentimos... E que, por muitos mais anos que passem, nunca vamos deixar de sentir. Dou muitas vezes por mim a perguntar-me o que farias tu na minha situação. A falar comigo mesma, como se estivesse a falar contigo. Como se ainda vivesses. E a verdade é que ainda vives. Através de todos aqueles que deixaste para trás. Mas, por muito que me entristeça dizer isto, ainda bem que já não estás cá. Porque tenho a certeza de que, se estivesses, não irias gostar daquilo em que a tua neta se tornou.

domingo, 27 de janeiro de 2013

"Desculpa.."

Sempre me senti bem a teu lado. Mesmo quando nós não estávamos bem. Mesmo quando as palavras eram ainda mais raras do que o costume, sempre me fizeste sentir bem. Como se realmente pertencesse a teu lado. És casmurro, e és um autêntico pesadelo, no que toca á socialização. Mas sempre senti que comigo não precisavas de palavras, apenas de gestos. Adoro sentar-me contigo á chuva. Contar-te os meus mudo problemas, e ouvir os teus. Raramente me olhas, e quando o fazes, é num mudo pedido de abrigo, de ajuda.  Estamos na nossa estação preferida e, com tudo que se tem passado na minha vida, já mal te vejo. E sinto saudades. Vi-te no outro dia, no nosso lugar, como sempre de cara virada para o céu. Encharcado. Ensopado. Sempre me intrigou como não ficas doente. Mas a verdade é que pareces ter uma saúde de ferro. Sentei-me a teu lado e apoiei a minha cabeça no teu ombro. E, para além das frias gotas da chuva, senti também o ardor da tua alma. Tudo o que queres exteriorizar, mas não consegues. Abres os olhos e deixas que a chuva se funda com as tuas lágrimas. E eu deixo-me estar sossegada de cabeça apoiada no teu ombro, sentindo-te implodir, nesse turbilhão de sentimentos que tens dentro de ti. "Desculpa.."

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

18/01/2013

Foi um dia de primeiros. A primeira vez que festejamos. A primeira vez que me levaste ao cinema. A primeira vez que tivemos uma saída só as duas, sem a interrupção de outras pessoas. Os nossos telemóveis não existiam. Só eu e tu. Foi também um dia de novas tradições. O nosso aloquete. A nossa foto.

Estes dois anos não foram fáceis. Tivemos muitos momentos. Muito bons, muito maus, inesquecíveis! Sei que a nossa vida não vai ser sempre fácil, e que ainda vamos passar por muita coisa, mas também sei que somos capazes de ultrapassar tudo! Nós contra o Mundo. Contra nós próprias. Contra todos os nossos medos e tudo aquilo que dissemos que nunca faríamos! Vamos continuar juntas, desafiando-nos mutuamente, sendo idiotas uma para a outra, como sempre fomos. "Merecendo-nos mutuamente", como tu dizes. Contigo a meu lado, sei que serei capaz de tudo! E tu trazes-me uma felicidade que nunca imaginei que alguma vez pudesse sentir! A tudo o que já me ensinaste. A tudo o que ainda me hás de ensinar. A tudo o que me és. A nós meu amor! Feliz aniversário :')

"I don't tell anyone about the way you hold my hand
I don't tell anyone about the things that we have plannedWon't tell anybody, won't tell anybodyThey wanna push me down, they wanna see you fall down

Won't tell anybody how you turn my world aroundI won't tell anyone how your voice is my favorite soundWon't tell anybody, won't tell anybodyThey wanna see us fall, they wanna see us fall down"